ENTRE O CUIDADO E A EXAUSTÃO: UM OLHAR NEUROPSICOPEDAGÓGICO SOBRE O TRABALHO DOCENTE FEMININO A PARTIR DAS PSICODINÂMICAS DO TRABALHO EMOCIONAL
Resumo
Com uma perspectiva sociológica e também neuropsicopedagógica, o presente ensaio teórico se propõe a analisar o trabalho docente com o intuito de debater a precarização da atividade profissional e desconstruir a imagem estereotipada de professora “tia”, frequentemente associada às pedagogas. Essa representação equivocada vincula a profissão ao cuidado informal e à maternidade, ignorando sua complexidade laboral. Nesse interim, o aumento de alunos diagnosticados com TGD/TEA e Altas Habilidade tem demandado um maior envolvimento emocional dos professores no acolhimento desses estudantes. No entanto, a implementação da educação especial frequentemente se concretiza por meio de improvisos e adaptações precárias, refletindo a desvalorização dessa classe trabalhadora. Neste cenário, a educação inclusiva muitas vezes se sustenta no chamado trabalho emocional – a gestão de sentimentos expressa em acolhimento através de sorrisos, simpatia, presteza etc. Essa dinâmica, aqui denominada de “malabarismo docente”, pode, por vezes, encobrir deficiências na formação profissional ou agravar a deterioração das condições de trabalho dos professores, degradando uma das funções básicas da Neuropsicopedagogia, que é a reintegração de indivíduos com dificuldade de aprendizagem e socialização. Desse mudo, este artigo, de natureza teórica, adota uma abordagem metodológica ensaística, fundamentada na revisão de literatura sobre trabalho docente, condições e relações de trabalho, desmistificação da imagem de “tia”, feminização na pedagogia e as psicodinâmicas do trabalho emocional.
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